terça-feira, 24 de julho de 2007

Estou em meio ao PAN, acobertado por medalhas conquistadas - não por mim, mas pelos heróicos combatentes nos tatames e camas da vila olímpica, nas pistas e nos aparelhos, nas quadras e nos campos, enfim por toda cidade PANamericariocada.

Entramos na última semana de competições e já sonho em trafegar com as dificuldades de costume, mas sem a loucura histérica dos aficcionados do esporte.

Podem me acusar de falta de humor e espírito olímpico, mas não se trata disso - é que tudo que é demais, cansa e, principalmente, quando sabemos tratar-se, acima de qualquer outra coisa, de um jogo político de interesses - uma nuvem cinzenta que paira sobre qualquer ideal ou ideologia - aliás, após a famosa vaia, o vexame da torcida contra os juízes no judô, a legítima reação dos cubanos e tudo o mais, mostra bem que o espírito não é tão olímpico assim - quando ganhamos, tudo é festa, quando perdemos, a torcida resolve jogar objetos nos juízes e atletas...aí fica claro que o terceiromundismo, conceito criado para nos diminuir no teatro geofísico mundial, ainda tem suas razões para nos estigmatizar - e ratificado principalmente quando se manifesta contra outro país da mesma linha...sujeito a tantas intempéries sociais e políticas mas que, justiça seja feita, tem um magnífico plantel de atletas campeões.

É, aprender a perder ainda é o nosso 'calcanhar de aquiles'.

Talvez vocês pensem - e com razão - que o presente texto não tem lá muita graça, mas acho que falar sério é preciso - ninguém vive só de piadas e trocadilhos , não é mesmo?

E para não perder o tom, ouro, prata e bronze são metais cobiçados no PAN, mas ainda fico com os diamantes - eles são eternos!...e embora eu nunca os tivesse comigo, sonho com Lucy in the sky...ouço os Beatles, misturo com um bom samba de Cartola na voz de Marcos Sacramento - com certeza no ponto mais alto do pódium - e sigo firme rumo ao domingo 29 quando tudo será apenas a lembrança de certos dias de glória, outros de decepção, todos de confusão, mas que passarão a fazer parte da história do balneário olímpico.
Um dia direi para os meus netos: meninos, eu vi!...pela televisão! (nem que eu quisesse, os cambistas não me dariam outra opção).

Rio de julho, terça-feira chuvosa, 24/7/07

2 comentários:

Unknown disse...

testando

Anônimo disse...

Rapaz, nada se justifica não saber perder, mas aquele dominicano?!foi juiz sem nenhum juízo. Interpretar as leis tem limite. Faltou bom senso. Dificilmente a cubana perderia a luta, mas impedir a brasileira de valorizar a disputa, com uma decisão estapafúrdia e que geraria polêmica fosse para qual lado fosse foi uma colossal besteira. Estragou a festa. Agora, concordo contigo,pois é sempre bom lembrar que a disputa por medalhas não valida esse clima contra aqueles que, sim, parecem muito mais nossos "hermanos". Abaixo os juízes de judô e os cambistas.